sexta-feira, junho 29, 2007

Shortbus.


Finalmente fui ver Shortbus de John Cameron Mitchell. Confesso que nos primeiros minutos, a resposta à pergunta - Gostaste do filme? - foi um misto de sim e de não. Shortbus não é um filme fácil de se gostar sem algum tempo de reflexão ( tempo esse que ainda nem sei se já passou).
Envolvendo a história (ou histórias) do filme, há uma banda sonora lindíssima que me fez regressar à sala escura do cinema e pensar que o que talvez me tenha afastado do "sim" como resposta, tenha sido a Solidão.
Se à primeira vista pensamos que é um filme sobre sexo, logo percebemos que estamos redondamente enganados; o sexo é apenas a faca que retalha a solidão e por vezes de forma bastante crua.
Esse mesmo sexo que parece estar ali de forma gratuita, afinal não está e serve para penetrarmos em cada círculo de relações humanas, de revermos os seus fantasmas, desvendarmos os seus desejos e de nos deitarmos ali ao lado quietinhos.
Shortbus não é um filme triste ( tem momentos bastante engraçados até), mas é seguramente um filme que nos despe um bocado o corpo e a alma.
Vão ver. Eu acho que vou querer rever, mais não seja para ouvir mais uma vez Scott Matthew (uma excelente descoberta).

P.S.: Também há Justin Bond, a magnífica Kiki no espectáculo Kiki & Herb que vi há dois anos em Serralves e que canta o tema final de Shortbus

P.S.: Definitivamente não gosto do final moralista; The end puro e simples às vezes é melhor do que happy end.

1 comentário:

Anónimo disse...

:)